Examinai as Escrituras...

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(João: 5.39)

Escolasticismo

Escolasticismo

O termo foi aplicado a professores na escola palaciana de Carlos Magno e também aos eruditos medievais que utilizavam a filosofia no estudo da religião e da teologia. Surgem as primeiras universidades, verdadeiras instituições do saber e a escolástica foi um pensamento dominante presente nas universidades medievais. A Idade Média é sempre colocada como um período sombrio para a humanidade, porém, entre os séculos XI e XIV na Europa Ocidental, ouve uma época fecunda na educação filosófica. O termo escolasticismo vem do latim scholasticus, e este por sua vez do grego σχολαστικός (que pertence à escola, instruído, lugar que se aprende)

Escolasticismo conciliava a fé cristã e a razão humana, ou seja, foi um movimento intelectualista que nasceu nas escolas monásticas cristãs. Foi o método de pensamento crítico dominante no ensino nas universidades medievais europeias de cerca de 1100 a 1500. O termo Universidade surgiu no período do escolasticismo, que era a reunião de mestres e alunos em associações. Temos alguns nomes influentes do escolasticismo, um deles foi Pedro Abelardo (1079-1142).Filho mais velho de um nobre menor de Britttany (noroeste da França). Abelardo por amor ao saber, desistiu de seus direitos de herança em favor de seus irmãos, e vagueou pela França para sentar-se aos pés dos grandes mestres, ora escutando-os, ora desafiando-os abertamente nas aulas.

Mais tarde se estabeleceu como conferencista em Paris, atraindo uma multidão de alunos. Também começou a escrever. Ele utilizou o método da dúvida, ou seja, o questionamento assíduo e frequente, pois, para ele pela dúvida inquirimos e pela inquisição chegamos à verdade, mas por suas ideias acabou sendo perseguido. Um de seus perseguidores mais ferrenhos foi o abade Bernard de Clairvaux, o mais influente clérigo do cristianismo. Bernard perseguiu Abelardo tão devotamente quanto preconizava a segunda Cruzada.

“A fé que o justo professa, não se discute”, declarou ele. Após a instigação de Bernardo, um concílio da igreja em Sens, em 1140, condenou Abelardo por heresia. Abelardo retirou-se para o monastério de Cluny, onde ficou em isolamento pelos dois anos restantes de sua vida. Mas ninguém conseguiu impedir o crescimento das sementes que ele deixou. As escolas brotaram por todo o continente. Menos de cem anos após sua morte, floresceram universidades em Paris, Orleans e Montpellier na França, ao longo do Canal de Mancha, em Oxford e Cambridge, e na Bolonha em Pádua na Itália. No século XIII os textos dos antigos gregos estavam sendo despejados na Europa e minando a fé e incitando heresias.

As palavras-chaves de Aristóteles agora se encontravam disponíveis, e sua doutrina sobre a natureza do universo levava os homens a duvidar da revelação. Da Espanha, o trabalho do filósofo muçulmano Averróes e do filósofo  judeu Maimônides espalhavam ceticismo, especialmente na universidade de Paris. Dentro desse cenário surge o nome mais influente do escolasticismo o ilustre Tomás de Aquino (1224a 1234), ele foi enviado da Itália para Paris. Assim como Abelardo, honrava a razão acima de todos os outros atributos humanos, mas se distinguia tanto por sua fidelidade a igreja como pela erudição.

Ao invés de imediatamente denunciar as ideias de Averróes, Maimônides e Aristóteles, ele examinou seus escritos ponto por ponto, refutando alguns e reconciliando outros com o cristianismo. O resultado foi a Suma Teológica (um resumo do conhecimento teológico). A Suma Teológica tinha em vista todo o universo.  Tomás diz em seu o início: “Na doutrina Sagrada (teológica) todas as coisas são tratadas do ponto de vista de Deus, e o conteúdo da teologia é em parte o próprio Deus e em parte os outros seres ordenados para a Deus”. Aquino fez uma clara distinção entre filosofia e teologia, razão e revelação, mas não há contradição entre elas.

Ambas são fontes de conhecimento, e vem do mesmo Deus. As duas diferem em seu método de busca da verdade. A razão se baseia na criação visível e alcança ideias que lidam com o “vestíbulo da fé”. A revelação olha para Deus como ele é em si mesmo e, por isso, é superior a razão, ambas com certeza e o tema que lhe são próprios. Tão convencido estava Aquino da divina Sanção do papado que insistiu que a  submissão ao papa era necessária a salvação. Segundo Pedro Lombardo, estudioso anterior a ele, Aquino validou sete Sacramentos. Que são: batismo, confirmação, ceia do senhor, confissão, extrema-unção, casamento e ordenação. Para Aquino o Sacramento dos sacramentos, contudo é a ceia do Senhor,  que é mais do que a comunhão da Igreja Primitiva.

Sustentava que ela é um verdadeiro sacrifício, que da continuidade ao sacrifício de Cristo na cruz e predispõe Deus a  agraciar aqueles que eu oferecem. Aquino cria na transubstanciação, na confissão como Sacramento da Cura Espiritual sendo a providência divina para o Cristão batizado. O sacerdote como médico espiritual capacitado, aplica o remédio adequado e pronuncia a absolvição, e satisfação, por meio da qual o cristão transforma os efeitos malignos do pecado em algo bom, geralmente, chamada de “ato de penitência”. Aquino aceitou as práticas das indulgências que tiveram destaque durante as Cruzadas. Ele ensinava a doutrina do purgatório e também ensinava que o Santos Mártires poderiam interceder por aqueles que estão no purgatório e aliviar o sofrimento de suas almas.

Resumo do Livro: História do Cristianismo ao alcance de todos.

Bruce L. Sheley

Pags 219-229

Fonte consultada: teologiaonline.com

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